quarta-feira, 9 de abril de 2014
Depois do Adeus
Este blog serve essencialmente para nos rirmos das rasteiras que o destino aqui e ali nos vai pregando, mas por vezes essa a vida dá-nos um banho de realidade e relembra-nos do quanto este mundo pode ser injusto e cruel. Enquanto nos queixamos disto e daquilo, outros há que vão lutando, apenas e só pelo direito a esse bem, já de si tão precioso...a vida por si só.
Ontem despedi-me de um dos melhores seres humanos que tive o privilégio de conhecer, e de que me orgulho ter sido amigo. Dizem que são as pessoas com quem nos relacionamos que ajudam a moldar a nossa forma de ser, e tenho a certeza que o tempo que convivemos na infância me tornou uma pessoa melhor.
Dirijo-me agora a ti directamente pois acredito que onde quer que estejas há-de haver uma forma da mensagem chegar.
Como se não bastasse o Exemplo que sempre foste, mesmo quando confrontando com uma doença incurável que leva milhões todos os anos, continuaste a influenciar as pessoas à tua volta. Terminaste a Licenciatura, Casaste, fizeste um Mestrado, mas mais importante conseguiste mostrar a todos nós que doa o que doer, este Jogo só termina quando soa o apito final. Sei que querias continuar a jogar, mesmo "lesionado", mas o Treinador achou que deverias descansar mais cedo. É Ele quem manda, e quero acreditar que apenas quis poupar-te para um Jogo mais importante. É nesse Jogo mais importante que um dia, espero, possamos vir a reencontrar-nos ;)
Descansa em paz Luís Alexandre,
Até Breve
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
A Descoberta da minha Vida
Para completar a abordagem à temática introduzida pela co-redatora deste espaço (des)informativo, a.k.a progenitora do rebento que vem a caminha, deixo-vos aqui o meu testemunho, escrito no dia seguinte à largada da "bomba". ;)
A tomada de decisão de se deixar de utilizar métodos contraceptivos é realmente um marco importante, mas é um facto que nós homens estamos formatados para não “sofrer” por antecipação. Preferimos, tal qual moço forcado, enfiar o barrete até aos olhos e pegar o “toiro” de caras, espreitando apenas os cascos do animal que corre na nossa direcção, mesmo conhecendo de antemão o estrondoso impacto do que nos vai cair no colo.
A tomada de decisão de se deixar de utilizar métodos contraceptivos é realmente um marco importante, mas é um facto que nós homens estamos formatados para não “sofrer” por antecipação. Preferimos, tal qual moço forcado, enfiar o barrete até aos olhos e pegar o “toiro” de caras, espreitando apenas os cascos do animal que corre na nossa direcção, mesmo conhecendo de antemão o estrondoso impacto do que nos vai cair no colo.
Com as histórias que vamos
ouvindo aqui e ali, com casais a treinar mais de um ano até conseguirem
engravidar, pensamos que o mais provável é que a coisa vá demorar. “Aos anos que a mulher toma a pílula, isto
ainda deve demorar umas 10 voltas de lua até se conseguir plantar uma semente em
condições naquele jardim (tenho que começar a treinar este tipo de discurso
para quando a criatura me vier perguntar a diferença entre amor e sexo – sim
porque eles agora com a internet saltam a parte da cegonha e pensam logo mais à
frente :p)”.
Mas isto é no primeiro/segundo
mês de tentativas, pois a seguir somos logo assaltados pela dúvida e pela
descrença quanto à saúde dos nossos nadadores que começa a apoderar-se-nos do
espírito. Será que a papeira em pequenino enfraqueceu a barbatana dos meus
Mini-Phelps? Estaremos destinados a ir ao Cambodja adoptar um “chinezinho” como
a Angelina Jolie? E aí entra a ansiedade, e aquele nervoso miudinho de cada vez
que chega aquela altura do mês, e o “benfica” não entra em campo à hora marcada.
Claro que nós, machos dominantes, não damos parte fraca e não mostramos a
mínima preocupação, pois para isso já basta a progenitora, que dia sim, dia sim
está a mijar no copinho e a gastar testes (aos futuros pais recomendo a comprarem logo um pack no ebay que sai
mais barato...) – “Vai chegar ao dia em que é a sério e já gastaste os testes
todooooos!!!”.
Em conversa já tinha surgido a
pergunta “Como queres que te conte quando
der positivo?”, e eu, como quando é para pedir é à grande, respondi
prontamente: “No mínimo quero um outdoor
da A1 para eu ler quando for de manhã pró trabalho (e provavelmente despistar o carro e
esbardalhar-me todo contra um rail…)”. Ora em tempos de crise não é fácil
chegar a tão ambicioso objectivo, mas com uma moldurinha, o paint e uma foto do
google, a coisa consegue-se...
E assim foi, a desgraçada
colocou-a estrategicamente sobre uma (das) pilha(s) de roupa a aguardar
passagem do ferro, no futuro quarto do crianço, e mandou-me ir escolher a roupa
que precisava que ela passasse a ferro nos próximos dias. Eu como sou bem
mandado, fui! Comecei pela pilha que já estava em cima da tábua, escolhi meia
dúzia de camisas, e ela à porta a olhar feita tola. “Então e aquela?” e aponta
para uma azul noutra pilha com A Moldura, e um marcador em cima. Claro que no
meio da (des)arrumação que reina naquele quarto, para mim era perfeitamente
normal haver uma moldura e um marcador em cima duma pilha de roupa, pelo que
lhes peguei, tirei a camisa de baixo e a mulher começa-se a rir como uma
perdida.
Mauuuuu, algo se passa… Perspicaz como só eu, penso:
“se calhar é a moldura que tem alguma
fotografia importante que eu devia ter visto e não reparei…”
1º olhar: deve ser uma daquelas imagens que já vem com
a moldura quando se compra…
2º olhar: olha uma estrada, um carro, um outdoor…
3º olhar: outdoor -> bebé -> tem aqui
qualquer coisa escrita…a processar…”Missão bebé bem sucedida!”
4º olhar:
Dado o “abreijo” da praxe, e
enxugada a leve maresia que momentaneamente nos subiu aos olhos, somos novamente
assaltados “e se isto é um daqueles
esquemas mesquinhos da mente feminina para avaliar a nossa reacção perante uma
notícia destas?”
– “Eu só acredito quando vir o teste!”
- “Oh estúpido, tens o teste na mão!”
- “Oi?” – olhar para a mão…a fazer inventário…: 1. Moldura; 2.
Marcador com tampa azul… -“ Isto é o teste?” – rir de mim próprio…lol…sou uma
besta! :P
Quando se vê nos filmes, o teste
de gravidez é um termómetrozinho com um risco cor-de-rosa, não estava preparado
para um marcador que diz 2-3 semanas num ecrã de duas polegadas! Mais um
bocadinho e já dizia a cor dos olhos e preferência clubística (fazer a
inscrição de sócio do Sporting ainda só com a foto do teste positivo é capaz de
ser esticar a corda, não?), modernices!
Passado o choque inicial, chega
finalmente a sensação de alívio, diria até de dever cumprido, e o pensamento
(de peito inchado) “Ah, os meus
Mini-Phelps são do c*r@l#o!!!” :D
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
A Prequela
Pois é, para os que nos
seguem no Facebook já sabem da novidade que vem um rebento a caminho. Está
assim explicada a pausa abrupta na curta existência deste Blog.. É difícil tentar
esconder um segredo do tamanho da Torre dos Clérigos numa altura em que é cada
vez mais frequente a pergunta “ então e bebés para quando?” Segue-se a resposta
politicamente correta do “Talvez para o ano…” Posto isto que nunca me acusem
de ser mentirosa, a verdade estava lá, pouco explícita mas estava…
Prometo que vou tentar
não tornar este espaço num Baby Blog, mas lamento informar que este pirralho já
domina grande parte das conversas.
Mas comecemos pelo
início, um texto escrito no dia 26/10/2013. Mal eu sabia que já cá andavas a 3 semanas no bucho...
A TENTATIVA
Sempre disse que o mais difícil
da decisão de ter um filho não é o decidir propriamente… É deixar de tomar a pílula. A partir daí a coisa é a sério, já não há desculpas do “eu não estava
preparada mas aconteceu”, "foi um acidente..." etc etc etc. A partir do momento em que se deixa de tomar o comprimidinho milagroso
passa a ser um compromisso do “agora é que é” e isso a mim aterrorizou-me. “bem,
não deve ser para já, assim tenho tempo para me preparar, mas e se demorar
muito tempo? E se houver algum problema?”
Pois agora estamos nessa
fase do “quanto tempo mais é que vai demorar”. A ansiedade de receber de braços
abertos um puto que vai desgraçar a carteira, que se borra todo e que me vai
levar a loucura com a privação de sono é grande... Sem grande pressão dou comigo
a deitar um olhinho a app do Android para ver se já ovulei e se “hoje é dia” ou
não..
Isto de se tentar
engravidar deveria ser muito fácil. São milhões de bichinhos que só têm que nadar,
avistar a bolinha ao longe e tentar ser o primeiro a chegar. É só ir por aí
acima e pronto, eles nem fazem mais nada... Mas nãooooo… Há as temperaturas
basais, a ovulação fora de horas, os pH `s alterados…
No segundo mês de tentativas
dou por mim com dois cenários: ou os bichinhos do Jeitoso estão a faltar aos
ginásio e não aguentam a maratona, ou os meus ovários estão armados Bruno Alves
a falhar os penaltis na meia final do Europeu 2012 e chutar o óvulo pra fora,
NADA…
Senhores Gâmetas, ISTO
NÃO É DIFÍCIL.. Façam lá o que vos compete e dêem-me razões válidas para
obrigar o marido a levantar o rabo da cama e fazer-me tostas mistas as 3 da
manhã…
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